quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Cheira-me a carne podre

Cheira-me a carne podre já há um mês. A chinfrineira na rua não cessa, especialmente de dia. Dá-me a impressão que eles são cada vez mais, que nojo.
Estou a ficar sem comida em casa e a última forma de comunicação que me resta é a internet. Apesar disso os servidores de WOW têm estado em baixo com frequência e já ninguém actualiza os perfis do facebook (começou uma nova moda de que eu não esteja a par?). Só me vale o youtube e a música Disco - Os Jackson 5 é que sabiam divertir-se.
É meio da tarde e não tenho nada para fazer, mas não estou arrependido. A selvajaria que vai lá por fora relembra-me do porquê de ter decidido encarcerar-me em casa. Egoísmo, gente vil, falam demasiado e escutam pouco, para além disso chamaram-lhes iluministas, deve ter sido mais um da espécie com a motivação no sexo e o orgulho na conta bancária. Não, eu cá prefiro o mundo à minha maneira e a ser como alguém, prefiro ser como o pantufa, ingénuo e bucólico.
A vontade de o ter em mim é grande.
"Importas-te papá, mamã?". Abanei a cabeça de um e do outro em sinal afirmativo, como se fossem bonecos.
O meu mundo perfeito.