Às vezes parece que nos têm de dar um murro nos dentes para acordar. Estamos tão embalados nos nossos próprios mundos que nem vemos o que se passa fora do nosso crânio. Antes de darmos conta estamos a fazer coisas que achávamos que só os outros faziam. Nós somos sempre anjos. Ou sempre demónios, porque nunca estamos à altura daquilo que "devíamos" ser.Perdemos noção do "eu" do "tu" e do "nós". Perdemos noção de muitas coisas que para nós eram importantes. E depois, paramos, olhamos para nós e não sabemos como chegámos aquele estado.
Um bom murro na dentuça. Para acabar com o drama e com a parvoíce, para sentir a realidade onde ela dói e ficar sem um dente ou dois, sentir o sabor férreo da vida. E depois pegar em nós e limpar o sangue na manga e continuar. E esperar ao menos não fazer a mesma porcaria, até ao próximo murro.
3 comentários:
Surpreendentemente violento, como uma dose elevada de revolta e uma dor profunda implícita em todo o texto. Pequeno, mas muito expressivo. Gostei.
adorei. muito mesmo.
Muito bom! Gostei ^^
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